A Agulha Hipodérmica Ainda Me Assusta

Hoje, minha mãe fez um exame de sangue. Isso me fez lembrar de um momento semelhante, há alguns meses, no mesmo hospital. O motivo de eu me lembrar tão bem desse exame de sangue em particular, como mencionei em um comentário no Instagram, foi por causa de uma mãe e sua filha. A senhora tinha cabelos grisalhos e a filha parecia ter a minha idade, mas infelizmente, ela era autista. Por isso, precisava de alguém para cuidar dela o tempo todo, e a mãe passava por muitas dificuldades por causa do comportamento imprevisível da filha. Enquanto isso, ela procurava uma lixeira, então eu disse: "Desculpe, eu não vi", e acabei encontrando uma lixeira e mostrando a ela, o que a deixou muito feliz.

Essa dupla entrou mais ou menos no mesmo horário que eu. Eu já havia terminado todos os meus exames de sangue quando saí, mas a mãe e a filha ainda não tinham terminado, estavam pegando alguns documentos no carro. E no local da coleta de sangue, também coincidimos no mesmo horário. Ao contrário da filha, que era bastante agitada ("Me larga!", "O que você está fazendo?" etc.), e precisou de uma enfermeira a mais para ajudá-la, eu fiquei surpreendentemente calma. Como em outras ocasiões, precisei de duas ou três picadas porque minha veia não estava aparente.

Aos quase 40 anos, a agulha ainda é algo aterrorizante para mim. Isso porque, na infância, devido a frequentes internações e cirurgias, eu costumava receber soro e injeções, então a atmosfera do hospital, o cheiro, até mesmo o jaleco branco dos médicos, se tornou uma espécie de trauma para mim. Por isso, mesmo na escola e na vida adulta, eu sempre odiei agulhas e a sensação da picada na minha pele era aterrorizante. Até mesmo quando fiz o exame médico para o processo de imigração para os EUA e precisei tomar várias vacinas, meus pais me repreendiam: "Por que você não consegue ficar parada e fica tão nervosa?"

Como adulta, sei que preciso controlar minhas emoções com a razão, mas o processo de a enfermeira bater forte na minha pele e limpar com álcool para aplicar a injeção é um verdadeiro inferno para mim. Além disso, não só há alguns meses, mas sempre que faço exames de sangue, as enfermeiras examinam meu braço cuidadosamente e tentam achar um local para aplicar a injeção, o que resulta em pelo menos duas picadas. Não admira que eu odeie tanto.

Aliás, já tomei três doses da vacina contra a COVID-19, e me sinto orgulhosa e admirada por ter conseguido. Acho que a picada da agulha foi menos dolorosa do que nos exames de sangue (uma picada leve?). Afinal, a coleta de sangue e a aplicação de vacinas são processos diferentes em escala e complexidade.